sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dicas de Viagens: Fernando de Noronha

Eu não conheço o Paraíso. Mas imagino que deve ser bem parecido com Fernando de Noronha...

Bem, amigos do BloGurgel. Acabo de voltar de Noronha, onde passei três dias e três noites. As boas notícias são que o lugar é mesmo sensacional, provavelmente o mais bonito em que já estive, as belezas naturais são mais do que exuberantes e o nível de preservação da natureza é elevadíssimo. As más notícias são que a viagem não é pra qualquer bolso... Portanto, amigo, se você não abre a mão nem pra dar adeus, pode parar a leitura por aqui. Se não for este o seu caso, vá em frente e curta as dicas. E o meu palpite é que se você juntar uma graninha pra visitar a Ilha, não irá se arrepender.

Pra começar, a passagem pra Noronha saindo do Rio é bem cara. Pra complicar, as promoções de TAM e Gol invariavelmente deixam o arquipélago de fora. A nossa - eu e Dona Encrenca, fiel companheira de viagem, papel esse que desempenha melhor do que ninguém - solução foi emitir bilhete de ida e volta com milhas para Natal e pegar um pacote para Noronha com uma agência de turismo de lá. Assim foi feito, mas nem assim chega a ser um programa barato. Natal-Noronha-Natal de "teco-teco" (Trip, que voa pra lá em code-share com a TAM) mais 3 noites de estadia em Pousada Domiciliar na Ilha saiu por R$ 1150 por cabeça, divididinho em 3 vezes.

O avião da Trip é bem pequeno, com capacidade para 68 viajantes, e funciona à hélice. Não chega a botar medo em mim mas se você se sente, digamos, desconfortável voando, talvez seja melhor pagar mais caro e ir de Gol. O voo de ida do teco-teco foi tranquilo, exceto os primeiros e os últimos 5 minutos quando chacoalhamos bastante. Pra completar, Joana, uma menininha de 3 anos que sentava à nossa frente gritava um "vai cair!" a cada tremidinha e isso deixou alguns dos outros passageiros nervosos. Mas o desconforto passou rápido. O voo da ida tem uma dica muito importante: na hora do check-in peça para sentar do lado esquerdo do avião, que é o lado privilegiado pela vista abaixo na chegada ao arquipélago. A turma do lado direito não vê nada...


Na chegada a ilha nosso transfer receptivo foi feito pela Costa Azul, uma das duas empresas de turismo da ilha. Eles também fazem todos os passeios e trilhas por lá. Se você fechar mais de um passeio com eles, ganha um belo desconto. Nós fizemos a Caminhada Histórica pela Vila dos Remédios, o Ilha Tour (imperdível), o passeio de barco, a Trilha da Atalaia e ainda queríamos fazer o aquasub (ou planasub) - onde você mergulha rebocado por uma lancha e agarrado a uma pranchinha, podendo dar sorte e nadar com os golfinhos! - que acabamos não fazendo porque a maré não colaborou. Por termos fechado todos esses passeios, economizamos mais ou menos R$ 100 por pessoa. Recomendo que você faça todos eles.

Assim que chegamos à pousada Lun Mar, uma pequena confusão. Já havíamos tomado conta de nosso aposento e nos preparávamos para sair para a Caminhada Histórica quando o telefone toca e nos informam que nossa pousada não era aquela. Depois de uma pequena confusão, a Costa Azul nos trocou para a Pousada de Germana, melhor que a Lun Mar, sem custo adicional. Depois descobrimos que a confusão foi feita pela agência de Natal, que desde o começo havia reservado a Germana mas nos deu a informação errada. Um pequeno contratempo pra dar emoção...

A maioria das pousadas de Noronha é super simples. Mas quem vai pra lá pra ficar dentro da pousada, né? Então a boa é ficar perto da Vila dos Remédios, o centrinho da Ilha, onde há várias opções de restaurantes e fica-se perto da única night da Ilha: o forró no Bar do Cachorro. Toda sexta à noite tem forró ao vivo com o Marcio Moreno, o forrozeiro oficial de lá. Vale conferir.

Uma água das de 500ml em Noronha custa R$ 3,00. Uma coca sai por R$ 4,00 e uma Skol a R$ 5,00. Se você for a um dos dois supermercados da Ilha consegue melhores preços, portanto a dica pra economizar é se abastecer do que quiser no mercado logo que chegar. Como exemplo, compramos água de 1,5l no mercado da Vila dos Remédios (é bem escondido, na rua da nossa pousada) a R$ 2,80. Vale muito a pena. Tem mais: cartões de crédito não são largamente aceitos. Aceita-se mais o Visa, mas tem restaurante que é só dinheiro ou cheque. Some-se a isso o fato do único banco da Ilha ser uma agência do banco Real e se você precisar sacar dinheiro está frito. Portanto se você for cliente de outros bancos, leve dinheiro vivo. É mais garantido.

Táxi por lá existe, mas é caríssimo. A menor corrida custa R$ 12. Pode-se alugar um buggy também, mas o litro da gasolina lá é R$ 3,58. Pra quem vai ficar pouco tempo, acho que o melhor mesmo é ocupar os dias com os passeios da Costa Azul.

O Ilha Tour é imperdível. começa às 8 da manhã, dura o dia inteiro e você passa por todas as praias mais bonitas da ilha até chegar ao por do sol no Fortinho de São Pedro do Boldró. Dependendo da época do ano você consegue ver o sol se pondo entre os Dois Irmãos, o cartão postal mais conhecido de Noronha. As fotos abaixo foram tiradas lá.



O por do sol em Noronha é um caso à parte. Vale ir a um lugar diferente a cada dia para apreciá-lo. Na Cacimba do Padre também foi um espetáculo bem bonito.

Noronha tem a vida influenciada pelos mares e marés. Dependendo da época do ano em que você visita a ilha, o Mar de Dentro (voltado para o Brasil) ou o Mar de Fora (voltado para a África) estarão mais calmos ou mais agitados. Em geral, o de Dentro é mais calmo e o de Fora mais batido, exceto nos meses de janeiro e fevereiro quando entra o swell, a coisa se inverte e os surfistas fazem a festa nas praias do Mar de Dentro. Pra quem curte mergulho os melhores meses são setembro e outubro, quando nas praias do Mar de Dentro a visibilidade é fenomenal. Também é pelas praias desse mar que o passeio de barco comumente se realiza e em que podem ser avistados os golfinhos, brincando e descansando em sua baía pela manhã, antes de voltar ao alto mar em busca de traçar uns peixinhos pra matar a fome.

Noronha tem algumas das praias mais bonitas do mundo e não poderia encerrar esse post sem destacar a praia do Sancho, eleita a mais bonita do Brasil pelo Guia Quatro Rodas. Só há dois acessos a essa praia, ou por escadas verticais encravadas nas rochas ou pelo mar. Vale e pena cada um dos duzentos e poucos degraus! Veja abaixo o visual e o começo da escadinha...


Por hoje vou ficando por aqui porque já tá dando vontade de voltar! Se lembrar de mais alguma coisa, posto dicas adicionais depois.

Grande abraço e boas viagens!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Coincidência ou premeditação?




No dia 24 de fevereiro de 2008, pouco antes das 7 da noite, o vestiário do Botafogo no estádio do Maracanã foi aberto e o que se viu foi uma cena tão devastadora quanto inusitada. Ainda com seus uniformes sujos e suados, descalços em sua maioria, todos os jogadores do Botafogo, acompanhados do então técnico Cuca e do então presidente do clube, Bebeto de Freitas, se apresentaram à imprensa aos prantos e desolados. Pouco antes, o Flamengo havia derrotado a equipe alvinegra por 2 a 1, de virada, com gol de Diego Tardelli aos 46 minutos do segundo tempo. A cena insólita era uma reclamação contra a atuação do juiz da partida, que apitara pênalti contestado pelos botafoguenses e expulsara dois jogadores do time. O pênalti foi daqueles de "empurra-aqui-segura-ali" dentro da área, daqueles lances que existem 15 por jogo no futebol brasileiro, mas foi o único marcado naquela tarde. Por causa da cena, este jogo ficou conhecido popularmente como o "jogo do chororô".

No dia 4 de outubro de 2009 o Maracanã recebeu o maior público do ano em partidas de futebol. Em dia de promoção de ingressos, mais de 82.500 pessoas, das quais 80%, aproximadamente, torcendo pelo Flamengo, presenciaram o clássico contra o Fluminense, lanterna absoluto do campeonato brasileiro e inabalável em sua derrocada à segunda divisão, com resultado final de 2 a 0 para os ignóbeis fedorentos.

Além de Cuca e alguns outros jogadores, outro personagem esteve presente nos dois jogos: o árbitro Marcelo de Lima Henrique, que em sua mais recente atuação deixou de dar pênalti claríssimo do goleiro favelado Bruno sobre o zagueiro tricolor Digão, aos 3 minutos do segundo tempo, quando o placar ainda estava zerado (clique aqui para ver). Caso este pênalti tivesse sido marcado e convertido, o jogo certamente seria outro, ainda que o Flamengo pudesse imprimir sua melhor qualidade e pudesse até mesmo ter virado o jogo. Mas que o jogo seria outro é inegável.

Não compactuo com o pensamento dos que justificam as mazelas tricolores nesta temporada pelas atuações das arbitragens. Elas têm sido sempre desfavoráveis a nós, sim, com impedimentos milimétricos marcados quando o atacante é do Flu, mas não quando somos nós na defesa, e com pênaltis escandalosos como o de ontem solenemente ignorados. Mas o Fluminense vai cair por outros motivos, já abordados aqui no BloGurgel em 1º de setembro. O que pretendo ilustrar aqui é fato mais escabroso e, não surpreendentemente sempre ignorado pela imprensa esportiva nacional, também de maioria flamenguista, que tem como profissional emblemático o abjeto Renato Maurício Prado, pseudojornalista sem o menor comprometimento com a verdade.

Erros de arbitragem sempre existirão no futebol. No futebol brasileiro, mais ainda, como tem sido ultimamente, principalmente pelo despreparo dos árbitros e pela pusilanimidade e/ou parcialidade dos diretores de arbitragem. Mas também sempre existirão árbitros sem vergonha, de caráter reprovável, como o tal Marcelo de Lima Henrique.

Ainda em 2007, ano em que estreou em partidas da série A, circularam as primeiras informações sobre o fato de Marcelo de Lima Henrique torcer pelo Flamengo. Até aí, nhecas de pitibiribas, não fosse o desempenho do urubu, seu time de coração, ser fenomenal em partidas apitadas por ele. Até hoje foram 8, com uma derrota para o Madureira e 7 vitórias, um aproveitamento de 87,5% dos pontos. Se considerarmos o desempenho somente nos clássicos cariocas, pasmem vocês, a coisa fica mais fedorenta: 5 partidas, 5 vitórias, 100% de aproveitamento. Em Fla-Flus, especificamente, nas duas ocasiões em que se enfrentaram com o salafrário apitando, duas vitórias do eixo do mal.

"Ah!", dirão os mulambentos, "mas o Flamengo tem dominado o futebol carioca nos últimos três anos". É verdade. Lamentavelmente é verdade. Então, como parâmetro de comparação vamos ver o desempenho dos favelados nos clássicos que NÃO foram apitados pelo trombadinha em questão. De 2007 para cá, o Flamengo enfrentou os maiores rivais cariocas em 31 oportunidades, com 8 vitórias, 16 empates e 7 derrotas e aproveitamento de módicos 43% dos pontos disputados. Nos 8 Fla-Flus, 2 vitórias do mal, 3 empates e 3 vitórias do bem.

Os dados estão aí embaixo para quem quiser ver. Os mais ingênuos e os urubus maus-caracteres dirão que é coincidência. Mas aqueles que conseguem enxergar mais de um palmo além dos olhos não têm dúvidas: Marcelo de Lima Henrique é um juiz ladrão flamenguista. E me perdoem por esta última redundância.

Saudações Tricolores!


***

Clássicos do Flamengo com Marcelo de Lima Henrique como árbitro desde 2007:

24/02/2008 - Flamengo 2 x 1 Botafogo (Taça Guanabara)
19/10/2008 - Flamengo 1 x 0 Vasco (Brasileiro)
09/11/2008 - Flamengo 1 x 0 Botafogo (Brasileiro)
12/04/2009 - Flamengo 1 x 0 Fluminense (Taça Rio)
04/10/2009 - Flamengo 2 x 0 Fluminense (Brasileiro)

Clássicos do Flamengo com outros árbitros desde 2007:

10/02/2007 - Flamengo 3 x 3 Botafogo (Taça Guanabara)
25/02/2007 - Flamengo 1 x 1 Vasco (Taça Guanabara)
25/03/2007 - Flamengo 0 x 3 Vasco (Taça Rio)
29/03/2007 - Flamengo 1 x 2 Fluminense (Taça Rio)
29/04/2007 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Final Carioca)
06/05/2007 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Final Carioca)
27/05/2007 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Brasileiro)
16/08/2007 - Flamengo 1 x 0 Fluminense (Brasileiro)
29/08/2007 - Flamengo 1 x 1 Botafogo (Brasileiro)
16/09/2007 - Flamengo 1 x 1 Vasco (Brasileiro)
07/10/2007 - Flamengo 0 x 2 Fluminense (Brasileiro)
18/10/2007 - Flamengo 2 x 1 Vasco (Brasileiro)
10/02/2008 - Flamengo 1 x 4 Fluminense (Taça Guanabara)
17/02/2008 - Flamengo 2 x 1 Vasco (Taça Guanabara)
16/03/2008 - Flamengo 2 x 3 Botafogo (Taça Rio)
06/04/2008 - Flamengo 2 x 2 Vasco (Taça Rio)
13/04/2008 - Flamengo 0 x 3 Botafogo (Taça Rio)
27/04/2008 - Flamengo 1 x 0 Botafogo (Final Carioca)
04/05/2008 - Flamengo 3 x 1 Botafogo (Final Carioca)
01/06/2008 - Flamengo 1 x 0 Fluminense (Brasileiro)
13/07/2008 - Flamengo 3 x 1 Vasco (Brasileiro)
27/07/2008 - Flamengo 0 x 0 Botafogo (Brasileiro)
31/08/2008 - Flamengo 2 x 2 Fluminense (Brasileiro)
15/02/2009 - Flamengo 1 x 1 Botafogo (Taça Guanabara)
22/03/2009 - Flamengo 0 x 2 Vasco (Taça Rio)
05/04/2009 - Flamengo 1 x 1 Fluminense (Taça Rio)
19/04/2009 - Flamengo 1 x 0 Botafogo (Taça Rio)
26/04/2009 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Final Carioca)
03/05/2009 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Final Carioca)
28/06/2009 - Flamengo 0 x 0 Fluminense (Brasileiro)
19/07/2009 - Flamengo 2 x 2 Botafogo (Brasileiro)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Planejamento de viagens



Viajar é bom demais! Como vocês sabem, esse é um dos meus esportes favoritos. Não é exagero na descrição do meu perfil – aqui ao lado – a parte em que digo que trabalho o ano inteiro só pra poder viajar nas férias. Pra mim, férias sem viagem não são férias.


Tem mais. Pra mim, tão bom quanto a viagem em si é o planejamento dela. Não que eu critique os mais aventureiros, que preferem procurar a hospedagem e descobrir os programas quando chegarem ao destino. Pelo contrário. Até os admiro pela coragem com que desbravam um local desconhecido, muitas vezes com idioma incompreensível. Mas meu jeito de ser é diferente. Prefiro me planejar, pesquisar a web, abrir minha planilha dia a dia da viagem e saborear preenchê-la com o que vou descobrindo aos poucos nos meses que antecedem o embarque. Esse é um dos motivos pelos quais sempre dispenso agentes de viagem e seus pacotes. O outro é porque eles sempre saem mais caros do que os pacotes montados pela “Gurgel Tour”.


Como tive a sorte de ter conhecido boa parte do Brasil quando moleque (valeu, mãe!), nos últimos 4 anos tenho curtido os tempos de dólar mais em conta para viajar para fora do país. Estive no Havaí e na Califórnia – para onde volto em breve –, na África do Sul, no Chile, fiz um tour pela Europa – passando por Londres, Paris, Nice, Mônaco, Cannes, Veneza, Florença, Pisa, Roma e Barcelona – curti um feriadão em Buenos Aires e passei um Réveillon em Nova Iorque. Dei uma boa rodada, mas confesso que quero mais!


Nesse post apresento as ferramentas que me ajudaram nessas viagens. Pra começar, utilizo o ótimo expedia.com para pesquisar preços de passagens aéreas. O site também é bastante útil para a pesquisa de hotéis, principalmente nos Estados Unidos, passeios locais e também aluguéis de carros. É bastante útil você dar uma olhada nos comentários de outros hóspedes nos hotéis que selecionar. Muitas vezes as críticas são sobre a decoração brega ou o estofado do sofá da recepção. Eu simplesmente ignoro esses comentários e sempre escolho hotéis bem localizados e baratos, desde que tenham banheiro privativo. Esta é a minha única frescura na escolha do hotel.


Outro site muito bacana é o venere.com. Ele é tão bom ou melhor que o expedia, mas com mais opções na Europa. Em ambos você pode selecionar uma determinada área da cidade em que queira ficar, mas nesse quesito a funcionalidade do venere é melhor, porque quando você seleciona uma região, todos os hotéis daquela área já aparecem marcados num mapinha. Além disso, depois que você faz a primeira reserva em hotel pelo site, eles te dão 10% de desconto na próxima estadia. Assim, vale à pena reservar primeiro o hotel mais barato e usar o desconto pra reduzir o preço do mais caro.


Outro site em que também se pode fazer o mesmo tipo de pesquisa é o tripadvisor.com. Mas como eu acho a ferramenta deles pior do que a dos anteriormente citados, geralmente só recorro a ele para saber se devo pegar trem ou táxi do aeroporto até o meu hotel e para dicas de transporte pela cidade e de restaurantes.


Falando em transportes, o raileurope.com.br fala português e é uma ótima fonte de pesquisas de horários de viagens de trem na Europa. É possível até mesmo comprar os bilhetes daqui do Brasil, mas sinceramente acho desnecessário. Viajar de trem pela Europa é muito fácil e não tive problema nos meus deslocamentos. Mesmo quando fui de Nice para Veneza num trem que passou a madrugada viajando, bastou passar umas horas mais cedo na estação de Nice para comprar os bilhetes com calma. O problema dessa viagem foi a vagaranha da italiana que roubou 90 euros da minha mochila enquanto eu dormia. Portanto, se viajar de trem e for dormir, fique bem esperto e guarde a grana e os pertences importantes junto ao corpo.


Se você usar mesmo o raileurope.com.br vai perceber que quase sempre é mais caro viajar de trem do que de avião nas médias e grandes distâncias. Principalmente se você viajar nas companhias aéreas low cost que existem por lá. Eu voei de Easyjet (easyjet.com) e de Vueling (vueling.com). Mas têm muitas outras. Bom site para pesquisar é o whichbudget.com, onde você seleciona o país de origem e o de destino e as opções aparecem na tela.


Para o deslocamento dentro da cidade a ser visitada são duas as minhas opções preferidas. Eu acho interessante o passeio naqueles ônibus de dois andares em que você pode entrar e saltar em qualquer estação. São comumente chamados de hop on, hop off tours e têm narração do guia na língua local sempre com tradução pro inglês nos headphones. Você pode achar uma lista das cidades que possuem esse passeio bem como preços e itinerários no city-sightseeing.com. A outra opção que sempre utilizo é o transporte público, especialmente o metrô, que na Europa é muito pontual. Se em uma estação de Londres tiver uma contagem regressiva informando que o próximo trem chegará em 2 minutos e 17 segundos, pode ter certeza que quando o relógio chegar a zero, seu trem estará paradinho à sua frente. Para consultar as linhas disponíveis e as estações mais próximas ao seu hotel, vá ao urbanrail.net. A apresentação do site não é das melhores, mas as informações são confiáveis.


Um último site que gostaria de indicar é o viator.com, onde já comprei alguns tours. Você seleciona uma cidade e informa as datas em que estará e ele lista as opções de entretenimento disponíveis. Aqui também tenho dica de desconto: alguns dias depois da primeira compra no site, eles te mandam um e-mail com duas perguntas para avaliar a sua satisfação e quando você completa a pesquisa, te dão 5% de desconto na próxima compra.


Bom, é isso. Agora é fazer as malas e boa viagem! Se você também tem dicas pra dar, manda pra cá. De repente eu uso nas próximas férias.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os sentimentos de Lula


Não é novidade pra ninguém que o presidente Lula é um homem de sentimentos. Sempre foi assim. Apesar de ser um moleque na época, me lembro bem da campanha para as eleições presidenciais de 89. Foi uma campanha em que quase todos os 23 candidatos tentavam se distanciar do então presidente Sarney. E Lula não fez diferente. Como relembrou o Estadão em 9/8/09, naquela campanha Lula demonstrou seus sentimentos em relação a Sarney num discurso em que disse: "Nós sabemos que antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República".

(Apenas como cultura inútil, os 23 candidatos, recorde até hoje em eleições presidenciais, eram, por ordem de votos recebidos no primeiro turno: Collor, Lula, Brizola, Covas, Maluf, Afif, Ulysses, Roberto Freire, Aureliano Chaves, Ronaldo Caiado, Affonso Camargo, Enéas, Marronzinho, Paulo Gontijo, Zamir Teixeira, Lívia Abreu, Eudes Mattar, Gabeira, Celso Brant, Antonio Pedreira, Manoel Horta, Armando Silva e Silvio Santos, cuja candidatura foi impugnada.)

Na série de lamentáveis episódios conhecidos como Mensalão, o maior escândalo político da história republicana no Brasil, confiança e pureza foram os sentimentos evidenciados na personalidade de nosso atual presidente. Confiança cega na dignidade de seus cupinchas, que nada tinham a ver com aquilo que Roberto Jefferson falava. Afinal, como afirmou José Dirceu, a Dilma da época, ao programa Roda Viva, “o governo Lula não rouba, não deixa roubar e combate a corrupção”. Confiança em José Genoino, seu comparsa de longa data, que nada tinha a ver com os empréstimos criminosos feitos pelo PT, apesar de ser o então presidente do partido. A culpa era do mordomo, ou melhor, do Delúbio. Mais tarde, quando não foi mais possível defender o indefensável, o sentimento foi de pureza, no sentido mais infantil da palavra. Lula era puro porque não sabia de nada do que acontecia bem embaixo de suas barbas grisalhas e portanto era absolutamente inocente. E mais sentimento: se sentia traído por aqueles que um dia o sustentaram.

Mais recentemente, no entanto, Lula tem demonstrado, ainda que de forma sutil, outro sentimento perigoso: o desprezo pela justiça e pela ordem democrática. O apoio incondicional a Hugo Chávez – não obstante o suporte que este dá às FARC da vizinha Colômbia – e a admiração a Fidel Castro – até pouco tempo o ditador há mais tempo no poder no mundo – são claros exemplos desse desprezo. Também foi emblemático o esforço empenhado na defesa do “outrora ladrão” Sarney, quando Lula afirmou que o presidente do Senado – atualmente seu grande aliado político – não poderia ser julgado como uma pessoa comum porque tem passado. Ora! A justiça deveria ser igual para todos, com passado ou sem passado, seja lá o que isso queira dizer. Mas não para Lula.

Outros dois fatos ilustram ainda o sentimento acima descrito. O primeiro diz respeito à chamada Petro-Sal, empresa desnecessariamente criada pelo governo para administrar o petróleo e o gás natural brasileiros (afinal, o que faz a Petrobras mesmo, hein?). Descobriu-se recentemente que o nome Petro-Sal não poderia ser utilizado na nova estatal porque já está registrado em favor de uma empresa de sondas de Mossoró-RN. Pois bem. Hoje O Globo publicou uma declaração de Edison Lobão, ministro de Lula, afirmando que se o dono da marca não abrir mão dela patrioticamente, “mudamos a lei – e há tempo para isso”. Essa frase beira o inacreditável aos meus ouvidos.

O segundo exemplo vem da política internacional. Nos últimos dias noticiou-se que Lula garantiu a Sarkozy a opção pelos aviões-caças franceses Rafale – que ainda não ganharam uma única concorrência mundo afora – no robusto processo de fortalecimento militar brasileiro, conduzido por seu governo. A pergunta é: como pode o presidente dar essa garantia ao chefe de estado francês se o processo licitatório ainda não acabou? A resposta é simples: atropelando a ordem democrática. Talvez seja oportuno lembrar que cada um dos 32 caças franceses adquiridos sairá, segundo O Globo, a US$ 80 milhões. As outras alternativas, uma americana e outra sueca, sairiam a 60 e a 50 milhões de dólares, respectivamente. Mas não estou com tempo pra falar sobre este outro sentimento de Lula, o desgosto com os estudos e a matemática...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Porque o Fluminense deve cair




O Fluminense contratou ainda em 2008 o coordenador de futebol Alexandre Faria. Faria havia saído do Atlético-MG pouco antes sob acusações do presidente atleticano de que lhe faltava ética pois ele também era empresário de alguns jogadores do elenco. Assim começou o planejamento para 2009.


Alexandre Faria contratou muitos jogadores para esta temporada. Muitos jogadores e de gosto muito duvidoso: Mariano, Xandão, Augusto e Jaílton por exemplo. Este último inclusive, saiu escorraçado do Flamengo e seria emprestado de graça ao Vasco para a disputa da segundona. Entretanto o Fluminense resolveu se meter na negociação e adquiriu os direitos federativos do jogador por US$ 200 mil. Dizem que tem gente na Gávea rindo até hoje...


Outros jogadores também contratados não faziam sentido ou técnica ou financeiramente. Neste grupo, temos o emblemático exemplo de Leandro Amaral. Este infeliz, contratado a peso de ouro por duas vezes junto ao Vasco, em ambas a pedido do único patrocinador-gestor da história do futebol, o infeliz do Celso Barros, merece atenção especial da minha parte. Vejamos o que diz a Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Leandro_C%C3%A2mara_do_Amaral)...


Leandro Câmara do Amaral é um atacante de 32 anos que tem UM ÚNICO título na carreira, o da Copa da Itália pela Fiorentina em 2001. Joga profissionalmente há 12 anos e tem 92 gols na carreira. Ou seja, enquanto uns têm a meta do gol mil, este traste ainda busca comemorar seu gol cem. Na média, ele marcou MENOS DE OITO GOLS POR ANO de carreira. Mas foi contratado pra ganhar uma fábula de dinheiro no Fluminense, com contrato até o fim de 2010!


Voltando ao grupo dos que não fazem sentido: Rafael, o goleiro, foi contratado para ser o 2º reserva, com salário de R$ 50 mil por mês. Roger, centroavante que nunca se firmou em clube grande, foi contratado como compensação pela ida de Arouca para o São Paulo e liberado meses depois, o que significa que Arouca foi embora por quase nada. Leandro, lateral esquerdo que se destacou no Palmeiras, foi contratado após ser dispensado pelo Wanderley Luxemburgo. Olha, o Wanderley tem muitos defeitos e é um cara asqueroso, mas se tem uma coisa que ele entende é futebol. Se dispensou o Leandro, um motivo forte deveria ter. Roni é outro do grupo sem sentido: há 7 anos atrás, quando saiu do Flu era um péssimo jogador de meia idade. Agora ele é um péssimo jogador de idade avançada. Sua especialidade é a corrida em direção ao seu marcador até que se choquem. E outros mais estão nesse grupo, como Diguinho, o rei da Baronetti.


Já falei tangencialmente do patrocinador. É hora de detalhar. Muito do que ocorre hoje no Flu deve-se a esse panaca chamado Celso Barros, presidente da Unimed Rio. Renato Gaúcho foi contratado porque o Dr. Celso quis, apesar de toda a vergonha que já fez a torcida tricolor passar e de transformar o Flu no maior motivo de chacota da imprensa esportiva em 2008, quando afirmou que “ia brincar no Brasileirão”. Não há outra pessoa no mundo que tenha acreditado que essa contratação pudesse dar certo, principalmente porque Renato não é, nunca foi e nunca será um técnico de futebol. É apenas um ex-padeiro que jogava bola cujo ego gigante lhe serve como antolhos que o impedem de enxergar suas limitações. Não é acaso o fato de ele só conseguir emprego no Fluminense e no Vasco: são os dois clubes mais mal administrados do futebol brasileiro. Também vieram Branco, Gustavo Mendes – de quem já ouvi dizer que enriqueceu às custas do Flu na sua primeira passagem pelo clube – e Espinoza, todos na vontade do doutor Celso.


Vale lembrar que esse cara deve ser um médico competente e deve ser bom administrador de planos de saúde, afinal chegou à presidência da Unimed. Mas como gestor de futebol, sua única experiência anterior foi em 2004, no Fluminense, quando contratou Roger, Romário e Edmundo em fim de carreira e obviamente deu errado. De futebol ele nada entende! Portanto, ou Celso Barros dá o dinheiro e fica na sua, cobrando resultados como patrocinador, ou a tragédia é certa porque não há caso de sucesso de patrocinador-gestor-que-não-entenda-nada-de-futebol conhecido no mundo. Não se enganem: parcela substancial da culpa pelo iminente rebaixamento é da Unimed, personificada na figura de Celso Barros.


Chegamos a Roberto Horcades e sua corja, usurpadores do Flu. Em seu segundo mandato, Horcades dilacera o patrimônio tricolor, haja visto o estado das Laranjeiras atualmente. Gasta muito mais do que pode e do que arrecada, mesmo no ano de 2008, quando as receitas foram robustas, principalmente pela participação na Libertadores. Faz declarações não condizentes com a posição que ocupa, como a de que "o Flamengo treme", feita às vésperas do clássico decisivo do Estadual 2009, declaração que serviu para motivar o limitado elenco rubronegro, na vitória por 1 a 0 em frango de Fernando Henrique - mas desse não vou falar hoje. Horcades aparece quando não deve e é omisso quando deve aparecer. Na crise atual, por exemplo, não se escuta falar do presidente bonachão. E por sua corja, refiro-me a Tote Menezes, o vice de futebol que, segundo noticia a imprensa, nunca havia ido ao Maracanã até assumir, e os outros 7 responsáveis pela gestão do futebol tricolor. Para que são necessários 8 caciques pra gerir o departamento de futebol do Fluminense? Isso explica a qualidade da gestão que temos...


Por hora eu paro por aqui. O provável rebaixamento à série B pode afetar o último patrimônio de que o Fluminense ainda pode se orgulhar: sua torcida. Torcida reconhecidamente bonita, inteligente e charmosa. Torcida esta responsável pelos mais lindos espetáculos que o Maracanã viu em 2008 na campanha da Libertadores, que os Deuses do Futebol não quiseram nos dar, muito provavelmente como punição pelo fato de Renato estar à frente do time. Torcida esta que sofreu no final da década de 90 o que está prestes a sofrer de novo: o temor pela real possibilidade de que o Fluminense deixe de ser uma força do futebol brasileiro. Abram o olho tricolores, hoje estamos mais para América do que para São Paulo!


Definitivamente o Fluminense não merece a torcida que tem.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dois presos, duas medidas




Caso 1

O dia 23 de setembro de 2005 marcou o dia em que os brasileiros descobriram que o campeonato brasileiro de futebol daquele ano entraria para a história por motivos pouco ortodoxos. No episódio que ficou conhecido como Máfia do Apito e que foi denunciado pela Revista Veja, o ex-árbitro do quadro da FIFA Edílson Pereira de Carvalho era acusado de envolvimento com empresários em apostas clandestinas em jogos por ele apitados. Outro árbitro, Paulo José Danelon, também era acusado, mas esse só havia apitado jogos da Série B do Brasileirão 2005.

Edílson combinava com apostadores a vitória do time A sobre o time B e, em campo, tratava de fazer com que esse resultado acontecesse. O juiz ladrão, réu confesso, admitiu que influiu no resultado de 4 partidas apenas, em troca de R$ 10 a R$ 15 mil por jogo, “somente para pagar dívidas”, como se o fato de estar endividado fosse atenuante ao fato de ser safado e de lhe faltar caráter. Não obstante, as onze partidas por ele apitadas foram anuladas pelo presidente do STJD, o botafoguense Luiz Zveiter, e tiveram que ser realizadas novamente. O juiz chegou a ser preso, mas foi liberado posteriormente. As partidas da Série B tiveram seus resultados de campo mantidos, em decisão absurdamente incoerente do STJD. Ao final do campeonato, o Corinthians seria o grande beneficiado pela nova realização das partidas, e seria campeão do torneio. Segue abaixo a relação dos clubes beneficiados e prejudicados com as mudanças:

Corinthians – ganhou 4 pontos e foi campeão; sem tais pontos teria sido vice, 1 ponto atrás do Inter.

Vasco – ganhou 1 ponto e entrou na Sulamericana na vaga que seria do Juventude, que por sua vez perdeu 2 pontos.

Paysandu, Fluminense e Brasiliense ganharam pontos (respectivamente 3, 1 e 1), Ponte Preta, Inter e Coritiba ficaram no zero a zero e Figueirense (-1), São Paulo (-2), Botafogo (-2), Juventude (-2), Santos (-3) e Cruzeiro (-5) perderam pontos. Mas, exceção aos já citados Inter e Juventude, nenhum destes teria se classificado para Libertadores ou Sulamericana e nem escapado do rebaixamento, como foi o caso de Coritiba, Paysandu e Brasiliense.

No dia 20 de agosto de 2009, MIL QUATROCENTOS E VINTE E SETE dias depois das denúncias virem à tona, os desembargadores Fernando Miranda, Francisco Menin e Cristiano Kuntz, do Tribunal de Justiça de São Paulo determinaram o arquivamento da ação que acusava os 7 pilantras envolvidos de estelionato e formação de quadrilha. No entender dos ilustríssimos desembargadores, cujos nomes devem ser anotados para o caso de se candidatarem a algum cargo público, ganhar dinheiro com apostas – atividade proibida pela lei brasileira - e a adulteração do resultado de um evento do interesse de uns 150 milhões de brasileiros NÃO CONSTITUEM CRIME ALGUM. Todos os acusados estão em liberdade.








Caso 2

Em 20 de julho de 2007, o New York Post noticiou que o FBI investigava o envolvimento de um árbitro da liga de basquete americana, a NBA, num esquema de apostas, atividade permitida pela lei americana. Vinte e seis dias depois, o ex-árbitro Tim Donaghy admitiu que influenciava a diferença de pontos entre os times nos jogos que apitava e que recebeu US$ 30 mil para passar informações sobre como iria apitar a dois amigos de faculdade. Sua prisão foi decretada, ele recebeu multa de US$ 500 mil, pagou fiança de US$ 250 mil e foi solto. Na ocasião Donaghy afirmou que era viciado em apostas, que havia se endividado no jogo e “tentou resolver a situação” dessa maneira.

Em junho de 2008 a NBA processou Donaghy requerendo a restituição de salários, benefícios e gastos como passagens de avião, refeições e até mesmo pares de tênis do período em que ele apitou.

No dia 29 de julho de 2008, Tim Donaghy foi condenado a 15 meses de prisão fechada mais 3 anos de regime domiciliar. A justiça americana, no entanto, determinou em 17 de junho de 2009 que o ex-juiz fosse conduzido a uma halfway house, espécie de prisão meia bomba onde alguns condenados passam por um período de ressocialização, podendo trabalhar mas devendo retornar à referida casa para dormir.

Contudo, ontem, 25 de agosto de 2009, Donaghy deveria estar no trabalho mas não foi encontrado. Como resultado, foi enjaulado novamente. Seus amigos de faculdade, também condenados, cumprem pena em regime fechado.

As conclusões eu deixo pra vocês. E viva a justiça do Brasil!

sábado, 22 de agosto de 2009

Dicas de viagem: Natal-RN


Depois de um breve período de ausência, aqui estou eu de volta. E dessa vez venho pra falar de tema ainda inédito neste blog, mas que estará por aqui com frequencia: viagens!

Sim, viagens são minha paixão. Vocês podem ver aqui ao lado, na descrição deste que vos escreve, que trabalho o ano inteiro só pra viajar nas férias. Aproveitando então o meu forçado período sabático resolvi dar uma viajadinha. E pra Natal parti. E aqui trago algumas dicas. Lamentavelmente o melhor de Natal - como o banho de mangueira e o doce de leite da Tia Ô ou a vista do apê da Dona Celeste, que retrato na foto que ilustra esse post - não poderão ser aproveitados pela maioria dos que me lêem. Mas estou certo que as boas que seguem aqui são de primeira qualidade e devem ser observadas por aqueles que pretendem passar uns dias na Cidade do Sol.

O codinome Cidade do Sol tem origem no fato de Natal ser a capital brasileira que mais dias de sol recebe durante o ano. Sol + temperaturas por volta dos 30º (mesmo no inverno) = praia. E aqui começa a nossa lista de indicações. Natal, a cidade em si, não tem muitas opções de praia. Ponta Negra é a melhor e é onde fica o Morro do Careca (esse da duna aí da foto, o principal cartão postal da cidade). Até o final da década de 90 era possível subir no morro e eu cheguei a subir uma vez, mas o movimento dos ecologistas conseguiu proibir a subida sob a alegação de que a movimentação das pessoas na encosta estava fazendo a duna diminuir. Negocie o preço da cadeira e da barraca de praia, peça uma cerveja e curta as águas quentes do litoral nordestino. Quem é da cidade grande logo vai perceber a a quantidade de gringos ao seu redor e pensar: talvez tenha alguns malandros na área querendo se aproveitar da "gringaiada". É isso mesmo! Atenção aos pedintes e cuidado com as bolsas. Mas não é nada pra ficar neurótico; eu mesmo nunca tive nenhum inconveniente com a malandragem em 30 anos de visitas constantes a Ponta Negra.

Recomendo a todos que aluguem um carro pra visitar as praias que ficam fora da, chamemos assim, região metropolitana. O amigo Nicéa aluga a preços camaradas se você disser que é amigo do Marquinho, primo do Israel (quem quiser o telefone é só me dizer). E é ridiculamente fácil andar em Natal. No litoral norte, minhas indicações são o mergulho nos parrachos de Maracajaú (a uma hora de carro) e as world-famous dunas de Genipabu, com seus passeios de buggy com emoção, com direito a esquibunda e aerobunda, que são imperdíveis. O preço é salgadinho (uns R$ 300 o passeio para 4 pessoas), mas vale a pena. Ainda por lá, dizem que tem um passeio de dromedário também, mas esse eu nunca fiz. No litoral sul, minhas indicações são Barra de Tabatinga, se tiver ventando pouco, e Pirangi, onde você pode ver o maior cajueiro do mundo, outro cartão postal tradicional. O cajueiro ocupa um quarteirão quase inteiro e não para de crescer. Perceba como o tráfego fica em uma pista apenas na estrada que o margeia. Outra praia campeã no caminho do litoral sul é a praia do Cotovelo, pouco badalada, mas onde o fim de tarde é imperdível. Um mergulho nas águas calmas desta praia, um caranguejo e uns drinques no restaurante Falésias esperando o por do sol valem o dia. Vale parar também, no caminho de Barra de Tabatinga, no Mirante dos Golfinhos, que não tem o mesmo charme do seu homônimo localizado na Pipa, mas que permite visualizar os simpáticos bichinhos nadando e divertindo sua plateia. Atenção: eles geralmente pintam por ali à tarde.

Com relação aos restaurantes, as dicas são muitas, e dependem do paladar de cada um. Vou tentar ser breve e eclético por aqui. No Alto de Ponta Negra há um quarteirão que lembra muito a Rua das Pedras de Búzios. São inúmeros bares, boates e restaurantes, um do lado do outro, e pode-se comer bem por lá. Mesmo aqueles que não são muito chegados à goma, como eu, irão curtir a tapioca de doce de leite com côco da Casa de Taipa. De altíssimo nível também é a pizza do Cipó Brasil, onde deve ser provada a original caipibanana, batida com leite condensado (peça uma só; é gostosa, mas enjoativa). Também é muito recomendado o Galo do Alto, onde come-se frutos do mar. E pra quem tá a fim da night forte, parece que no subsolo do castelo medieval onde funciona um albergue rola uma bombação. Mas essa eu nunca conferi.

Ainda falando em boa mesa, o Camarões Potiguar é hors concours. Eleito o melhor da cidade pela Veja, pode fechar o olho e escolher qualquer prato do cardápio que você vai comer bem. O prato serve 3 pessoas mole mole. À noite e nos fins de semana costuma ter fila. Há outro Camarões, quase em frente, também muito bom - e o cardápio é quase o mesmo. Ainda em Ponta Negra recomendo o Tábua de Carne pra comer uma boa carne de sol. Também é muito farto. E há um self service de altíssimo nível chamado Pinga Fogo. Não é muito barato pra um self service, mas o buffet japonês tem uma variedade de dar inveja em restaurantes japoneses do Rio. Pra fechar as dicas culinárias, há a churrascaria rodízio Sal e Brasa, uns 5 minutos de táxi mais afastada. A última dica fica mais distante, no bairro da Lagoa Nova, e chama-se Mangai. É um restaurante a quilo de comidas típicas nordestinas com mais de 50 opções, incluindo o popular Suvaco de Cobra. Não faço ideia do que seja isso, mas que tem lá, tem.

Bem, pessoal, vou ficando por aqui. Falei tanto dos restaurantes que deu fome! Mas enfim... minha indicação é que curtam Natal que é uma cidade bacana, com opções de entretenimento e que ainda não sofre das mazelas da cidades grandes. O rango é bom, as praias são ótimas e o povo muito hospitaleiro.

Abraços a todos!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Big Ben is back!



Agora é oficial. Hoje à tarde Joe Dumars convocou a imprensa em Auburn Hills para informar o que já se especulava há uma semana, pelo menos. Ben Wallace, o Big Ben, assinou contrato com o Detroit Pistons para mais uma jornada. Por política do time, os termos do contrato não foram revelados, mas dado que o Detroit está acima do salary cap, o acerto foi pelo US$ 1,3 milhão que a NBA determina como o veteran's minimum para alguém com o "tempo de serviço" de Wallace.

A notícia é boa porque o Detroit realmente precisava de mais um big man e com a grana disponível não dava pra trazer nenhum grande craque. Apesar dos 35 anos, Big Ben tem uma história em Detroit, é ótimo jogador de defesa - tetracampeão do prêmio de melhor defensor da liga - e seu senso de profissionalismo pode ser de grande valia num vestiário repleto de jovens como será o do Detroit, com Ben Gordon, Charlie Villanueva, Chris Wilcox, Austin Daye, Jonas Jerebko e DaJuan Summers, todos abaixo dos 26 anos de idade. Além disso, ele não está vindo pra ser titular, mas sim pra ser o 5º big man do elenco, atrás de Villanueva, Wilcox, Jason Maxiell e Kwame Brown.

Wallace, Tayshaun Prince e Rip Hamilton são os veteranos remanescentes do título de 2004 que devem conduzir a transição do Detroit. E quem sabe transformá-lo em candidato ao título novamente. Mas creio que isso só deva acontecer a partir de 2011. Pra este ano, 45 vitórias na regular season e uns playoffs bem disputaos, mesmo que com eliminação no primeiro round, já estariam de bom tamanho. Um draft acertado no ano que vem, uma mid-level exception bem gasta e pronto: we're back in business!

PS: De se registrar o bom humor de Wallace na entrevista para o pistons.com:
  • Reporter: What are the fans gonna say, they want the old Ben Wallace back.
  • Big Ben: I am the old Ben Wallace. They want the young Ben Wallace!

Toda burrice será castigada

Hoje tem Fla-Flu. O Clássico das Multidões, o mais famoso e charmoso do futebol brasileiro. O clássico que em 1963 foi visto por 194.603 espectadores, naquela que é e - devido a diminuição de tamanho dos estádios modernos - sempre será a maior audiência em partidas de futebol entre dois clubes da história. O clássico de logo mais, pela primeira vez em 97 anos, será válido por uma competição internacional, a Copa Sulamericana. Desnecessário dizer que o Fla-Flu é um clássico que nenhuma torcida quer perder, já que a rivalidade é muito grande entre os quase centenários arquirrivais.

Da parte tricolor, a Sulamericana é ainda a última chance de dar alguma dignidade a esta maldita temporada de 2009. A última taça possível de ser conquistada, já que as outras 3 disputadas nos escorreram ridiculamente pelas mãos. A hegemonia carioca foi-se embora num frango do Fernando Henrique (que surpresa, não?!) justamente num Fla-Flu, as esperanças na Copa do Brasil não duraram 16 minutos no jogo de volta contra o Curintia e o Brasileiro... bem, o Brasileiro vocês sabem. Além disso, a Confederação Sulamericana distribui cerca de US$ 100 mil por jogo disputado a cada equipe, premiação esta que vai subindo a cada fase de disputa e chega a US$ 1 milhão para o time campeão do certame.

Deveriam ser motivos suficientes para o Flu valorizar o clássico e a torcida tricolor comparecer em peso, certo? Errado! Nosso técnico (?) Renato, o Fanfarrão Gaúcho, tratou de esvaziar o clássico e as esperanças tricolores ao escalar o time reserva. Se o time titular do Flu é muito fraco, o reserva, pela escalação prevista nos jornais, não chega a ser um time, é um bando.

Mas por que Renato, o Paspalho Gaúcho, faz isso? Porque ele é incapaz de aprender. Seres humanos aprendem com suas experiências passadas. Sabemos que se repetirmos atitudes que deram errado uma vez, provavelmente fracassaremos de novo. Bebês aprendem que não podem enfiar os dedos nas tomadas quando levam choque. Até mesmo golfinhos sabem que quando acertam, ganham biscoitos. Quando erram, não ganham.

Renato é diferente. Seu ego gigantesco de ex-padeiro que deu certo na vida por ter o dom de jogar bola funciona como antolhos a esse cidadão, bloqueando qualquer possibilidade de aprendizado. O sofrimento que ele impingiu à massa tricolor no ano passado, quando nos deixou por 19 rodadas na zona de rebaixamento - até ser demitido -, exatamente por ter poupado o time titular e escalado o reserva no começo do campeonato não lhe serviu de nada. Vai "errar o mesmo erro" hoje à noite.

E as justificativas são as mais curiosas: "precisamos poupar os titulares do desgaste que é jogar duas vezes por semana". Se considerarmos que o time que entrou em campo contra o Vitória no domingo é o principal, a média de idade dos nossos titulares é de 26 anos e 10 meses. Será mesmo muito desgastante para moleques desta idade entrar em campo pra jogar bola duas vezes por semana? Será mesmo? Vale ressaltar que tanto o jogo de hoje quanto o do próximo domingo são no Maracanã, portanto nem mesmo o "desgaste" de viajar a turma vai ter.

Outra balela utilizada por nosso técnico (?) para defender sua escalação é que "poderíamos perder um jogador por lesão". Sim, é verdade. Não obstante, as lesões não são tão comuns assim, é só fazer as contas de quantos jogadores se machucaram até o momento no campeonato. Mas elas podem ocorrer num jogo. Assim como treinando também é possível que isso aconteça, haja visto o exemplo interno do Fabio Santos, e também é possível que se morra concentrado - morte mesmo, não é figura de linguagem -, assim como lamentavelmente o jovem Dani Jarque, capitão do Espanyol de Barcelona nos mostrou recentemente.

Portanto não há argumentos que suportem essa escalação esdrúxula de Renato, o Néscio Gaúcho. E se é verdade que a inépcia de Renato, o Paspalhão Gaúcho, não nos garante a derrota, pois em clássicos tudo pode acontecer, também o é que o prélio de logo mais está mais pro urubu do que pra nós. O que nos resta é torcer pra que o castigo, caso venha mesmo hoje à noite, não seja daqueles humilhantes, que tiram o sono e nos deixam envergonhados no dia seguinte.

Saudações!

sábado, 8 de agosto de 2009

Um pouco de cultura inútil

Uma nota de 50 Kina.

Atendendo ao pedido do grande amigo Bruno Henrique, um dos meus 6 fiéis leitores, vou discorrer hoje sobre um tema relevante para uma significativa parcela de nossa sociedade: a situação econômica de Papua-Nova Guiné.

Esta simpática nação, localizada na Oceania e certamente muito conhecida dos jogadores de WAR, ocupa a metade ocidental da Ilha de Nova Guiné e diversas pequenas ilhas e arquipélagos da região da Melanésia, no Oceano Pacífico. Sua única fronteira terrestre é com a Indonésia, que ocupa a outra metade da ilha, sua população supera os 6 milhões de habitantes, sua moeda é o Kina e sua capital é Port Moresby.

O PIB estimado de Papua-Nova Guiné para 2008 é de cerca de 13 bilhões de dólares, o que deixa a nação na centésima trigésima sétima colocação no ranking mundial. Nos últimos anos a economia vem crescendo a taxas de 6% ao ano, a quadragésima nona maior taxa de crescimento no mundo.

Aproximadamente três quartos da população vivem da agricultura, no entanto a propriedade da terra é, constitucionalmente, um tema controverso e regulado por um sistema complexo. O país também é rico em recursos naturais como petróleo, cobre, gás natural e ouro, mas o território montanhoso torna a exploração muito custosa e dificulta o desenvolvimento da infraestrutura. Uma grande companhia petrolífera norteamericana projeta a construção de um oleoduto e a comercialização das reservas de gás natural do país a partir de 2010. Este projeto tem potencial para dobrar o PIB papuásio.

Considero que a reforma constitucional no que tange a questão da agricultura e o desenvolvimento de mecanismos de financiamento das obras de infraestrutura são os grandes desafios econômicos enfrentados atualmente pelo primeiro ministro Michael Somare.

Curiosidades sobre Papua-Nova Guiné:
  1. O país tem um dos maiores índices pluviométricos do mundo.
  2. São três as línguas oficiais: Inglês, Hiri Motu e a mais popular, Tok Pisin. Apesar disso, mais de 860 línguas indígenas são faladas em Papua-Nova Guiné, mais de 10% das línguas conhecidas no mundo.
  3. Se você precisar ligar para alguém de lá, o código do país é 675.
  4. Lá dirige-se do lado esquerdo da rua, o que chamamos de mão inglesa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Flu 5, Sport 1 - lanterna? Comigo não tá!

Ontem o Flu ganhou. Ganhou não, goleou. Supostamente hoje deveria ser um dia de euforia pela elasticidade do placar, mas longe disso. A posição na tabela não permite tranquilidade. Quem é tricolor doente, que nem eu, ainda tá muito preocupado.

Pra começar, o adversário não era lá essas coisas. O jogo poderia ter sido descrito como a sensacional disputa pelo 20º lugar, haja visto que era nesta posição que o Tricolor entrava em campo e o Sport era o 19º.

Com as dores na coluna fazendo aniversário e os acontecimentos das últimas semanas - derrotas humilhantes em série, contratação do Paspalhão Gaúcho imposta pelo Celso Barros, chegada de reforços do naipe de Roni, um dos piores que vi em campo com a camisa tricolor e, last but not least, volta do Branco imposta por quem?... bingo! -, resolvi me poupar e vi no pay per view. Liguei a TV aos 9 do primeiro tempo e me surpreendi com a vontade do time. Sim, porque futebol mesmo, não vi muito. Mas vi sequências de 5 passes certos, coisa que há tempos não via, e vi vontade.

O Roni até jogou bem, me surpreendendo, principalmente porque minha expectativa com ele é sempre baixa. Mas não dá pra deixar de comentar o bizarro pisão na bola no primeiro gol. E aqueles que dizem que ele depois consertou com passe pro Kieza, eu digo: é uscacete! Quem tocou na bola pro lado foi o zagueiro. Kieza correu muito e teve estrela, Conca voltou a acertar, Diogo lutou bastante e de bom foi só isso mesmo.

Veio o segundo tempo e com ele, de volta, o velho Fluminense. Football vem do inglês bola nos pés, mas o Fluminense tem uma especialidade: jogar SEM a bola nos pés. É incrível a forma como os pernas de pau tentam se livrar da bola, como se ela fosse a miquelina no Copas Fora. Além disso, o Marquinhos improvisado na canhota fez o Elder Granja lembrar o Jorginho tetracampeão nos áureos tempos. Alguns minutos de supremacia do Sport foram coroados com um gol de presente num pênalti imbecil do Wellington Monteiro e mais uns sustos logo depois. Por sorte, Diogo fez boa jogada e o Flu matou o jogo com gol do Carlos Eduardo. No fim, bela jogada do argentino e gol de calcanhar do horroroso Maicon (o que comprova que a noite foi atípica).

Bem... o resumo da ópera é o seguinte: o time é pavorosamente fraco, mas o Sport de ontem foi infinitamente pior. Precisamos de um lateral esquerdo, um zagueiro, um volante e um meia destro. Também ajudaria mandar o FH, o Diguinho, o Leandro Amaral, o João Paulo, o Dieguinho, o Wellington Monteiro e o Maicon embora.

Por fim, cabe ressaltar que o Fanfarrão deu ontem a primeira declaração adequada dos últimos 50 anos: a vitória só foi importante pra sair da lanterna; ainda falta muita coisa. Vamos torcer pra ele se comportar direitinho, pro Celso Barros parar de atrapalhar, pros adversários continuarem ajudando e pro Horcades sumir do mapa. E pr'aqueles que acreditam, rezar uns pais nossos ou acender uns charutos também deve ajudar.

Saudações Tricolores!

Crédito da foto: globoesporte.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Estreia

E eis que depois de aderir ao Facebook e ao Twitter, senti que precisava de mais espaço pra escrever as minhas bobagens. O Facebook certamente é um Orkut melhorado, mais interessante e interativo, com maiores possibilidades de diversão. Já o Twitter, que muitos julgam chato, me parece uma ferramenta muito bacana, obviamente se você escolher bem quem vai seguir. Acho fantástica a possibilidade de me informar sobre todos os assuntos de meu interesse de uma vez só, simplesmente entrando em twitter.com/marcosgurgels. Mas os 140 caracteres, apesar de suficientes para passar uma mensagem, não me eram bastantes para aprofundar sobre aqueles temas que me empolgam ou desiludem, porque pra esses, precisamos mesmo extravasar as emoções. E pra isso 140 caracteres não bastam.

E assim chegamos a este post, que marca a minha estreia como blogueiro. Peço perdão de antemão pelo nome infame, mas não consegui pensar em nada melhor, principalmente sem ter ainda nenhum post escrito.

Estejam sempre convidados a comentar sobre qualquer tema. O espaço está aberto.

Um abraço.